Razões para a queda do preço do bitcoin em fevereiro: o que dizem os especialistas
Criptomoeda mais popular do mundo e a de maior valor de mercado caiu para US$ 84.700 a um dia do fim do mês, depois de ter superado a marca de US$ 104.000 em janeiro
Razões para a queda do bitcoin em fevereiro: o que dizem os especialistas |Principal criptoativo do mundo em valor de mercado perdeu cerca de 15% desde o fim de janeiro de 2025(Bloomberg/Paul Yeung)
Bloomberg Línea — O bitcoin, a criptomoeda mais negociada do mundo, sofreu uma queda da ordem de 15% em valor em fevereiro. Após ter encerrado janeiro acima de US$ 104.000, estava sendo negociado em torno de US$ 84.700 por volta das 15h30 nesta quinta-feira (27), a um dia do fim do mês.
Especialistas de mercado consultados pela Bloomberg Línea disseram que essas correções são normais em um mercado tão volátil como o de criptomoedas; o bitcoin começou o ano de 2024 em US$ 42.500 e terminou dezembro próximo de US$ 94.000.
“Nos últimos dias, estamos vendo o bitcoin sofrer muita correção, algo que é normal em um mercado tão volátil”, disse Federico Ogue, CEO da exchange Buenbit. Ele destacou que vários fatores influenciaram essa queda, incluindo:
A ameaça de reintrodução de tarifas comerciais por Donald Trump, que gerou incerteza nos mercados globais e afetou também o setor de criptomoedas.
Além disso, houve eventos internos no ecossistema, como o hack de uma das maiores exchanges (Bybit) do mercado, no qual foi roubado mais de US$ 1,5 bilhão em Ethereum. “Esses incidentes costumam gerar nervosismo entre investidores”, acrescentou Ogue.
Também foi observada uma saída significativa de capital dos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin, sugerindo que alguns investidores institucionais estão realizando lucros após a valorização acentuada dos últimos meses.
Por fim, Ogue apontou que ativos tradicionais, como o ouro, estão voltando a ser atraentes diante do cenário de incerteza econômica, levando muitos investidores a preferir ativos de menor volatilidade. Além disso, as liquidações - sell-off - no mercado cripto tornam as correções ainda mais acentuadas.
Impacto das decisões do Fed
Ignacio Giménez, diretor de Negócios na plataforma de exchange cripto Lemon, concordou com vários dos fatores mencionados e acrescentou: “O Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed) mantém as taxas entre 4,25% e 4,50%, adiando cortes e reduzindo a liquidez nos mercados.”
Por sua vez, Julián Colombo, diretor-geral da Bitso Argentina, apresentou outra possível explicação: “Sem dúvida, o mercado cripto é volátil e estava muito alavancado, ou seja, havia muitas pessoas que tomaram grandes empréstimos para apostar em criptomoedas. Às vezes, o próprio mercado se autorregula, liquidando essas posições.”
Otimismo no longo prazo
“Embora essa queda marque um dos níveis mais baixos do ano, o bitcoin mantém uma tendência de alta no longo prazo, com uma valorização de 122% em 2024. Isso sugere que essa correção pode fazer parte do seu ciclo natural de mercado”, destacou Giménez, da Lemon.
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Colombo, da Bitso Argentina, também reforçou essa visão: “Estamos convencidos de que, a médio e longo prazo, o bitcoin sempre terá uma tendência de alta. O investidor precisa estar disposto a enfrentar essa volatilidade no curto prazo”.