‘Eu me levantei e corri’: o sobrevivente da queda do avião que matou 241 na Índia

Enquanto o voo AI171 da Air India descia em direção à sentença de morte nesta quinta-feira, o britânico Ramesh Vishwaskumar estava na primeira fileira da classe econômica, rumo a um dos momentos mais angustiantes e de sorte de sua vida

Destroços do Boeing 787 Dreamliner na cidade de Ahmedabad, no oeste da Índia: 242 pessoas a bordo e um sobrevivente até aqui
Por Benedikt Kammel
12 de Junho, 2025 | 07:53 PM

Bloomberg — Enquanto o voo AI171 da Air India descia em direção à sua destruição na quinta-feira (12), Ramesh Vishwaskumar sentou-se na primeira fileira da classe econômica - rumo a um dos momentos mais angustiantes e sortudos de sua vida.

Depois que o Boeing 787 Dreamliner caiu em um distrito densamente povoado da cidade de Ahmedabad, no oeste da Índia, Vishwaskumar conseguiu sair do avião. Ele estava ferido, mas vivo. Todas as outras 241 pessoas a bordo morreram.

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Um vídeo que se tornou viral nas mídias sociais mostra um homem levemente ensanguentado caminhando próximo ao local do acidente, cercado por uma multidão incrédula.

“Trinta segundos após a decolagem, houve um barulho alto”, disse Vishwaskumar aos jornalistas locais, de acordo com o jornal Hindustan Times.

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“Havia cadáveres ao meu redor. Fiquei com medo. Levantei-me e corri. Havia pedaços do avião por toda parte.” Os meios de comunicação o identificaram como cidadão britânico de 40 anos, da cidade de Leicester.

É uma história de sobrevivência que se destaca em um acidente aéreo que se classifica como o pior desastre da aviação civil em mais de uma década.

A causa do acidente, que matou muitas outras pessoas em terra quando a aeronave totalmente abastecida de combustível se chocou contra prédios e explodiu em chamas, permanece desconhecida.

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Bagagens perto do local do acidente do voo 171 da Air India em Ahmedabad, na Índia (Foto: Siddharaj Solanki/Bloomberg)

Os médicos disseram que os ferimentos de Vishwaskumar não representam risco de vida, de acordo com uma reportagem do Hindustan Times.

No entanto ele ainda parece estar lidando com o sentimento de perda: seu irmão também estava no voo, de acordo com a matéria jornalística.

A sobrevivência de Vishwaskumar desafia o que, de outra forma, tem sido um episódio devastador que amplia uma série de acidentes aéreos mortais nos últimos meses.

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Outros acidentes incluíram a colisão em pleno ar entre um helicóptero militar e uma aeronave civil sobre Washington DC em janeiro, que não deixou sobreviventes.

Leia mais: Acidentes aéreos em série assustam ageiros; especialistas negam risco sistêmico

Apenas duas pessoas escaparam do impacto de um Boeing 737 com uma barreira de pista em dezembro ado, na Coreia do Sul.

Vishwaskumar pode ser capaz de oferecer pistas valiosas sobre as causas do acidente.

As equipes de resgate ainda vasculhavam os destroços na noite de quinta para sexta (13) para encontrar possíveis sobreviventes entre as pessoas no solo, além de dados técnicos, como os gravadores de voz e de dados, que são cruciais para entender os momentos finais do voo condenado.

O ageiro de sorte estava sentado na fileira 11, no assento esquerdo da janela, a primeira fileira da classe econômica, posicionada logo atrás de uma saída de emergência.

Normalmente, um 787 Dreamliner da Air India acomoda 256 ageiros em uma configuração de duas classes, com 18 assentos na executiva e 238 assentos na econômica.

Em aeronaves menores, como o Boeing 737, esse número específico de assento é um daqueles em que os ageiros mais experientes costumam evitar, pois normalmente fica um pouco afastado da janela, não oferecendo, portanto, nenhuma visão externa.

Para Vishwaskumar, o assento e sua proximidade com a saída podem muito bem ter contribuído para salvar sua vida.

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