Scott Bessent ganha força como sucessor de Powell no comando do Fed, dizem fontes

Secretário do Tesouro, um egresso de Wall Street, tem sido defendido como um possível nome para comandar o Fed após término de mandato de Powell daqui a um ano, disseram fontes à Bloomberg News

Scott Bessent, a la derecha, con el presidente de Estados Unidos, Donald Trump .Fotógrafo: Al Drago/Bloomberg
Por Saleha Mohsin - Nancy Cook - Joshua Green
10 de Junho, 2025 | 03:49 PM

Bloomberg — Um coro crescente de assessores dentro e fora do governo Trump pressiona por um nome como o próximo presidente do Federal Reserve: o atual secretário do Tesouro, Scott Bessent.

O presidente Donald Trump disse na sexta-feira (6) que nomearia um sucessor “muito em breve” para substituir Jerome Powell, cujo mandato como presidente do Fed termina em maio de 2026.

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A pequena lista de candidatos em consideração inclui Kevin Warsh, ex-funcionário do Fed que Trump entrevistou para o cargo de secretário do Tesouro em novembro ado, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News.

Mas Bessent - um nome de Wall Street que lidera o esforço de Trump para impulsionar a economia dos Estados Unidos com mudanças radicais no comércio, nos impostos e na regulamentação - também é agora um dos candidatos ao cargo, disseram as pessoas, que pediram anonimato para discutir conversas privadas.

As entrevistas formais para o cargo ainda não começaram, disseram duas das pessoas.

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“Eu tenho o melhor emprego em Washington”, disse Bessent em resposta a um pedido de comentário da Bloomberg News. “O presidente decidirá quem é o melhor para a economia e o povo americano.”

Um alto funcionário do governo, que falou sob condição de anonimato, contestou a reportagem sem fornecer mais detalhes.

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Como chefe do Tesouro, Bessent tradicionalmente desempenharia um papel fundamental no processo de busca e entrevista do próximo presidente do Fed. Não está claro se ele se recusaria a participar do processo de decisão de Trump.

“Dada a confiança que a comunidade financeira global tem em Scott Bessent, ele é um candidato óbvio”, disse Tim Adams, presidente e CEO do Institute of International Finance.

“Ele é um candidato azarão”, disse Adams, acrescentando que Warsh - que atuou como governador (equivalente a diretor) no conselho do Fed de 2006 a 2011 - também seria uma boa escolha.

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Perguntado especificamente sobre Warsh na sexta-feira, Trump disse: “Ele é muito bem avaliado”.

Bessent tem estado à frente das negociações de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China, sem dúvida o mais importante dos pactos que o presidente está tentando forjar como parte de seu esforço para remodelar o cenário do comércio global.

“Scott Bessent provou que poderia implementar a agenda do Presidente Trump durante um primeiro semestre incrivelmente turbulento”, disse Steve Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca e conselheiro externo do presidente.

“Ele não é apenas a estrela do gabinete, mas um par de mãos seguras para os mercados de capitais globais.”

O presidente, que indicou Powell para o cargo pela primeira vez em 2017, tem se queixado regularmente de que o chefe do Fed tem sido muito relutante em reduzir os custos dos empréstimos. Trump pressionou Powell a reduzir as taxas de juros em uma reunião na Casa Branca no mês ado.

Powell e as autoridades do Fed mantiveram as taxas de juros estáveis em 2025, argumentando que uma abordagem paciente é apropriada em meio à incerteza econômica causada pela expansão e evolução do uso de tarifas por Trump.

Os diretores do Fed disseram que esperam que as tarifas anunciadas pesem sobre o crescimento econômico e aumentem a inflação.

Quem quer que o Senado confirme para o cargo terá de provar ao mundo que a independência do Fed em relação à interferência política permanece intacta.

Trump disse várias vezes que Powell está cometendo um erro ao não reduzir as taxas, e já havia dito anteriormente que ele deveria ter voz ativa nas decisões sobre as taxas, levantando dúvidas sobre se os mercados veriam a próxima escolha como uma submissão a ele.

Bessent ou Warsh “receberiam o benefício da dúvida da comunidade financeira” de que preservariam a independência da autoridade de fixação de taxas do Fed, disse Adams, do IIF.

O economista e aliado de Trump, Arthur Laffer, disse que Bessent “é maravilhoso, mas ele já tem um emprego. E sua especialidade não é a política monetária”.

“Como eu disse ao presidente, acho que Kevin Warsh é perfeito para o cargo”, disse ele.

Outros candidatos cujos nomes já foram citados anteriormente para a presidência do Fed incluem Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Christopher Waller, um diretor do Fed, e o ex-presidente do Banco Mundial David Mal.

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