Além do dólar: Tesouro avalia emitir ‘panda bonds’ para diversificar, diz Ceron
Emissões soberanas denominadas na moeda chinesa têm objetivo de diversificar o perfil da dívida brasileira e servir como referência para empresas que queiram fazer operações semelhantes
Tesouro avalia emitir ‘panda bonds’ para diversificar, diz Rogério Ceron |“Há uma curva de aprendizagem e um custo de captação que está sendo estudado”, afirmou Ceron(Photographer: Andressa Anholete//Andressa Anholete)
Bloomberg — O Brasil avalia a possibilidade de fazer emissões soberanas denominadas em yuan, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
A estratégia de emitir esses papéis, também chamados de “panda bonds”, seria diversificar o perfil da dívida brasileira e ao mesmo tempo dar uma referência para empresas que querem fazer operações semelhantes.
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No entanto, ainda não há prazo definido, disse o secretário em entrevista à Bloomberg News por telefone.
“Há uma curva de aprendizagem e um custo de captação que está sendo estudado”, afirmou, lembrando que há um apetite crescente das empresas pelo mercado chinês. A Suzano, por exemplo, emitiu o equivalente a R$ 960 milhões em panda bonds no final do ano ado.
Ceron disse que o Tesouro deve fazer novas captações este ano, depois da emissão de US$ 2,75 bilhões de títulos em dólar com vencimento para 2030 e 2035, realizada na quarta-feira (4).
Segundo ele, a demanda foi a maior desde 2018 e superou em mais de quatro vezes a oferta. Ele não descarta a possibilidade de uma próxima emissão ser de títulos sustentáveis.
O secretário disse que o Brasil está bem posicionado diante dos investidores estrangeiros. As dificuldades da economia doméstica como o aumento da dívida pública afetam pouco o apetite externo porque o mundo todo está lidando com problemas semelhantes, afirmou.
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“Para o investidor externo, o Brasil não está fora do que está acontecendo o restante do mundo”, disse. “Endividamento alto é uma questão para todos.”