Circle se une à fintech brasileira Matera para pagamentos em várias moedas

Parceria abre caminho para que as stablecoins operem em conjunto com os sistemas financeiros tradicionais na América Latina

Parceria abre caminho para que as stablecoins operem em conjunto com os sistemas financeiros tradicionais na América Latina (Foto: Gabby Jones/Bloomberg)
Por Maria Clara Cobo
11 de Junho, 2025 | 12:14 PM

Bloomberg — A fintech brasileira Matera firmou parceria com a Circle Internet, uma das principais emissoras de stablecoins, para permitir que bancos tradicionais no Brasil ofereçam operações em múltiplas moedas.

A parceria utilizará o livro-razão em tempo real da Matera, o Digital Twin, para permitir que os bancos mantenham saldos em stablecoins diretamente em suas plataformas. Isso permitirá que reais, dólares americanos e a stablecoin USDC coexistam em um único ambiente, facilitando os pagamentos e eliminando a necessidade de um sistema de correspondente bancário, que frequentemente gera atrasos na liquidação e custos adicionais com intermediários.

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Em meio ao otimismo renovado em relação aos ativos digitais, a parceria abre caminho para que as stablecoins operem em conjunto com os sistemas financeiros tradicionais na América Latina.

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“A interoperabilidade entre stablecoins e contas em moeda local não é mais um projeto paralelo”, disse Carlos Netto, CEO da Matera. “Agora está no coração do sistema financeiro”, acrescentou ele.

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A Matera é uma empresa de tecnologia financeira que oferece pagamentos instantâneos e tecnologia de QR code para facilitar transações para instituições financeiras. A empresa trabalha com “dois dos três maiores bancos globais, três dos 10 maiores bancos dos EUA e um terço de todos os bancos no Brasil”, de acordo com seu site.

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A integração entre o Digital Twin, da Matera, e a Circle conecta as plataformas de pagamento locais no Brasil, como o pix, aos mercados globais de USDC, facilitando para os bancos a gestão de saldos de stablecoins sem a necessidade de desenvolver uma nova infraestrutura.

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Para a Circle, emissora da principal stablecoin dos EUA, a parceria ocorre poucos dias após a empresa ter levantado mais de US$ 1 bilhão em uma oferta pública inicial. As ações da empresa sediada em Nova York subiram mais de 270% nas três primeiras sessões de negociação, marcando a estreia de maior destaque em ações de criptomoedas desde a listagem direta da Coinbase Global em 2021.

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A incorporação da USDC da Circle nas operações da Matera fortalece a posição da emissora de stablecoins em mercados emergentes que usam criptomoedas como uma ferramenta contra a desvalorização cambial, em vez de como um investimento.

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“Com a USDC, será mais fácil ar a economia digital global com um dólar digital transparente”, disse Daniel Mangabeira, vice-presidente de política e estratégia regulatória da Circle no Brasil.

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