Oferta que privatiza Sabesp levanta R$ 14,8 bilhões, segundo fontes
Preço da ação fixado pelo governo do estado de São Paulo foi de R$ 67, o que representa desconto de cerca de 20% em relação ao fechamento da véspera
Oferta que privatiza Sabesp levanta R$ 14,8 bilhões, segundo fontes |Sabesp terá a Equatorial como acionista de referência após a oferta de privatização pelo estado paulista (Foto: Victor Moriyama/Bloomberg)(Bloomberg/Victor Moriyama)
Por Vinicius Andrade - Rachel Gamarski - Barbara Nascimento
Bloomberg — O estado de São Paulo vai abrir mão do controle da Sabesp em uma oferta “gigantesca” de ações, segundo pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News.
O governo do estado vai vender 191.713.044 ações ao preço de R$ 67 cada uma, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque a informação ainda não é pública.
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Um lote complementar de 28.756.956 ações também está sendo totalmente vendido ao mesmo preço, elevando o total arrecadado para cerca de R$ 14,8 bilhões, disseram as pessoas.
O preço representa um desconto de quase 20% em relação aos níveis atuais - as ações da Sabesp (SBSP3) encerraram na véspera (17) negociadas a R$ 83,20.
A empresa e o governo do estado de São Paulo não responderam imediatamente a pedidos de comentário. A mídia local informou sobre o preço nesta quinta-feira.
A venda de ações é a maior da América Latina desde a oferta que privatizou a Eletrobras em meados de 2022. A transação ocorre em meio a um período prolongado de queda na atividade no mercado de capitais local e diante de uma performance mais fraca das ações brasileiras por causa de preocupações persistentes sobre as perspectivas fiscais do país.
A Equatorial Energia, empresa de energia que expandiu a área de atuação para o saneamento há dois anos, levou uma fatia de 15% na Sabesp. Investidores institucionais em sua maioria adquiriram outros 17% da concessionária.
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A Equatorial emergiu como a única competidora na primeira parte da oferta, que selecionaria dois principais acionistas para competir por uma fatia relevante na empresa.
A falta de concorrência para o chamado investidor ou acionista de referência foi um revés para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que prometeu privatizar empresas para reduzir a dívida pública e melhorar a qualidade do serviço.
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O governador, que atuou como ministro da Infraestrutura durante o governo de Jair Bolsonaro, é visto como um potencial candidato presidencial nas eleições de 2026.
A venda, totalmente secundária - ou seja, com recursos que vão para o estado de São Paulo -, foi coordenada por BTG Pactual, UBS BB, Bank of America, Citi e Itau BBA. Bradesco BBI, Goldman Sachs, JPMorgan, J. Safra, Morgan Stanley, Santander e XP também participaram.