‘Perdemos o rali pós-balanço’: Itaú BBA eleva recomendação e preço-alvo do Bradesco
Equipe de analistas vê potencial de valorização adicional de 21% para a ação do Bradesco após resultado trimestral apontar tendências positivas; papel subiu 24% desde o balanço
‘Perdemos o rali pós-balanço’: Itaú BBA eleva recomendação e preço-alvo do Bradesco |Bradesco tem despesas operacionais e inadimplência sob controle, avaliou a equipe do Itaú BBA, que elevou a recomendação para 'outperform'(Sérgio Ripardo/Bloomberg Línea)
Bloomberg Línea — Uma semana após o Citi, agora foi a vez da equipe de analistas do Itaú BBA elevar a recomendação para a ação do Bradesco (BBDC4), que acumula valorização de 40% no ano.
Em relatório a clientes nesta terça-feira (3), a equipe do Itaú BBA afirmou que perdeu o recente rali do papel, que disparou 24% em um mês, após a divulgação do resultado financeiro do primeiro trimestre.
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“Embora tenhamos perdido o rali inicial pós-resultados, nós ainda vemos tanto apelo de crescimento (20% de CAGR no lucro por ação de 2024 a 2026) como valuations atraentes”, escreveram os analistas Pedro Leduc e Vinicius Figueiredo no relatório.
O papel ganhou classificação de outperform, isto é, os analistas do Itaú BBA esperam que a ação do Bradesco tenha um desempenho melhor do que a média do mercado. O preço-alvo também foi elevado de R$ 14 para R$ 20.
Isso significa que o Itaú BBA vê um upside (potencial de valorização) de 21%, já que as ações do Bradesco fecharam nesta terça em alta de 1,70%, cotadas a R$ 16,50.
Antes, BBDC4 tinha uma recomendação market perform, o que significava que o Itaú BBA esperava que a ação teria um desempenho em linha com a média do mercado.
A melhora da avaliação pelo Itaú BBA representa uma projeção de maior rentabilidade nos próximos trimestres. De janeiro a março, o Bradesco, sob a liderança do CEO Marcelo Noronha, reportou um ROE (retorno sobre o patrimônio) de 14,4%.
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“Prevemos um ROE consolidado de 15%-16% no segundo semestre de 2025 e 2026, em comparação com 12% em 2024″, escreveram os analistas no relatório.
Os analistas apontaram a área de seguro saúde do Bradesco como um dos principais impulsionadores do lucro nos próximos anos, destacando os esforços do banco na gestão de risco de crédito, financiamento e precificação.
“As despesas operacionais também estão sendo controladas, com a eficiência provavelmente acelerando no próximo ano. Isso deve ajudar ajudar o banco a navegar pela deterioração gradual do crédito que ainda é esperada”, alertaram os analistas.
Apesar do reconhecimento de que a call para a ação do Bradesco perdeu o rali recente na B3, cujo gatilho foi a divulgação de um lucro no primeiro trimestre acima das expectativas, a equipe do Itaú BBA ressaltou que ainda vê espaço para um crescimento atraente do papel.
“O Bradesco está entre nossas principais escolhas em ações do mercado financeiro brasileiro e se destaca bem dentro da perspectiva de crescimento e avaliação do mercado financeiro latino-americano”, escreveram os analistas.
Eles observaram que o NII [Net Interest Income, receita líquida com juros] do Bradesco aumentou 6% em comparação com as estimativas anteriores, com um crescimento de 12% em relação ao ano anterior.
“Apesar de um mix maior de linhas garantidas, uma combinação de precificação e captação mais assertivas está impulsionando os NIMs [Net Interest Margin, margem com juros], o que não prevíamos anteriormente", apontou a equipe do Itaú BBA.
A deterioração da qualidade do crédito tem sido mais suave do que o esperado também. O Bradesco tem sido mais seletivo na concessão de empréstimos, segundo os analistas no relatório.
Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com agem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.