Fintech de ex-Santander recebe aporte de fundo investido por bancos globais
N5, fundada por Julian Colombo, conclui Series A, segundo apurou a Bloomberg Línea; LTS Investments e Arpex Capital participam da rodada de valor não revelado
Fintech de ex-Santander recebe aporte de fundo investido por bancos globaisPrédios comerciais na região da Faria Lima, centro financeiro do país: setor atrai novos negócios de fintechs (Foto: Victor Moriyama/Bloomberg)(Bloomberg/Victor Moriyama)
Bloomberg Línea — O executivo argentino Julian Colombo trabalhou por duas décadas no Santander, período no qual ocupou posições de liderança em diferentes países da América Latina e na matriz na Espanha. Foi responsável por áreas diversas, de produtos ao atendimento de clientes corporativos e CRM e BI. Saiu do banco com um novo negócio em mente para atender justamente o que identificou como uma das principais oportunidades no segmento que tanto conheceu: o uso de softwares nas operações financeiras.
O negócio que Colombo criou junto com outros ex-executivos de instituições do setor em 2017, a fintech N5, acaba de receber um aporte de valor não revelado - tampouco o valuation - com participação da Illuminate Capital, uma empresa de venture capital que tem como Limited Partners (investidores) algumas das maiores instituições financeiras do mundo, como J.P. Morgan, Citi, Barclays, BNY Mellon, S&P Global e Jefferies.
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Segundo apurou a Bloomberg Línea com fontes próximas, a rodada se tratou de uma Series A. A demanda foi equivalente a oito vezes o valor buscado.
Outros investidores incluem Exor Ventures, braço de investimento de risco da Exor, uma sociedade gestora de participações controlada pela família Agnelli e acionista de Ferrari e Stellantis; Madrone Capital Partners, empresa da família Walton, do Walmart; e Overboost, uma empresa de venture builder.
No Brasil, participaram da rodada a LTS Investments, holding de investimentos das famílias de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira; e a Arpex Capital, empresa de investimentos de André Street e Eduardo Pontes, co-fundadores da Stone (STNE).
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O principal produto desenvolvido pela N5 de forma proprietária é uma plataforma sistemática que faz a integração de centenas e até milhares de softwares necessários de uma instituição financeira e que em muitas situações não conversam entre si, como CRMs, BPMs e Omnichannel.
Julian Colombo, fundador e CEO da N5, fintech global de software para o sistema financeiro e que acaba de receber aporte com investidores indiretos como JPMorgan e Citi e diretos como a LTS Investments e a Arpex Capital (Foto: Divulgação)
A N5 é argentina e está presente nesse país, no Brasil - onde o fundador e CEO mora - e em mais 13 mercados, incluindo outros mercados da América Latina como Chile, Peru, Paraguai e Panamá, além dos Estados Unidos. Mastercard, Santander, Credicorp Bank, Zurich, Banco Atlas e Credicorp Bank estão entre os clientes. O plano é entrar em outros nove mercados nos próximos meses.
A empresa cresce 200% ao ano e pretende encerrar 2023 com aumento de 60% no tamanho da equipe, que opera essencialmente no modelo remoto de trabalho.
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Segundo a N5, o uso da plataforma permite ganhos de 53% em produtividade e redução de 16% de custos de distribuição, além de melhora do NPS (Net Promoter Score).
Colombo, que é o CEO e principal acionista da N5, apontou que bancos tradicionais com décadas de atuação enfrentam um desafio particular que é fazer a transição de sistemas legados para novos, algo que nativos digitais em geral não precisam. E isso representa oportunidades no mercado.
“Presenciamos um aumento exponencial de demanda, que ultraa nossas previsões mais otimistas. Em regiões onde ainda não operamos, nossa lista de o cresceu significativamente, com clientes pedindo antecipadamente por nossa plataforma”, disse Colombo em comunicado.
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“Entendemos que era o momento de nos associar a grandes parceiros com a expertise que nos permitirá atender esses clientes com mais rapidez e acompanhar nosso crescimento global.”
Marcelo Sakate é editor-chefe da Bloomberg Línea no Brasil. Anteriormente, foi editor da EXAME e do CNN Brasil Business, repórter sênior da Veja e chefe de reportagem de economia da Folha de S. Paulo.