IA é um tsunami e abre oportunidade global para startups, diz Szapiro, do SoftBank
Tecnologia tem o potencial de diminuir as distâncias competitivas entre países emergentes e seus pares desenvolvidos, diz o managing partner do grupo para LatAm em no South Summit
IA é um tsunami e abre oportunidade global para startups, diz Szapiro, do SoftBank |Alex Szapiro: efeitos causados pela IA serão maiores do que muitas pessoas projetam (Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg)(Bloomberg/Patricia Monteiro)
Bloomberg Línea — O poder de transformação da Inteligência Artificial (IA) generativa na sociedade será muito maior do que o termo “onda”, usado metaforicamente para definir o atual momento da tecnologia, pode sugerir. É o que defende Alex Szapiro, managing partner do SoftBank para a América Latina.
“As pessoas pensam em IA como uma onda, e eu penso mais como um tsunami, como se fosse a revolução industrial da inteligência”, afirmou Szapiro ao participar de no South Summit, evento de inovação em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira (9).
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“O que aconteceu no ano ado nos lembrou que não é tudo sobre tecnologia. É realmente tudo sobre tecnologia e com pessoas”, disse o executivo, ao relembrar as enchentes que deixaram um rastro de tragédias e vítimas no estado gaúcho em maio ado.
De acordo com Szapiro, a IA tem o potencial de contribuir para diminuir as distâncias competitivas entre países emergentes e seus pares desenvolvidos, em áreas como educação, saúde e infraestrutura.
O SoftBank desembarcou na América Latina em 2019 e mantém um portfólio com 77 startups investidas, como Wellhub (ex-Gym), QuintoAndar, MadeiraMadeira, Kavak e Rappi.
Com o às mesmas ferramentas que outras partes do mundo, países da América Latina terão capacidade cada vez maior não só de dar um salto em áreas que hoje apresentam grandes gargalos como também exportar conhecimento e novas tecnologias.
“À medida que as pessoas têm o às informações e também à forma de processamento desses dados, basicamente todo mundo compete no mesmo campo de batalha, não importa se está no Brasil, na África ou na Europa”, disse Szapiro. “Isso vai gerar um grande salto, o que vai criar grandes oportunidades para nós como investidores.”
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O executivo lembrou do caso do Pix como exemplo de inovação que sai de um país emergente e se transforma em um case de estudo e experimentação em outros mercados.
O modelo inspirou o FedNow, sistema de pagamentos instantâneos dos Estados Unidos, desenvolvido pelo Federal Reserve (Fed) e lançado em meados do ano ado.
E ainda da Blip, startup que recebeu investimento do SoftBank e está presente em mais de 30 países.
A empresa funciona como principal plataforma de inteligência conversacional que conecta marcas e consumidores em aplicativos sociais, como WhatsApp, Instagram e Messenger, e permite a realização de transações. Em novembro de 2024, a Blip anunciou sua Série C no valor de US$ 60 milhões em rodada liderada pelo SoftBank, com participação da Microsoft.
“Eles começaram como uma plataforma comunicacional e hoje permite aos consumidores fazerem as compras. E por que essa startup global? O WhatsApp é muito forte no Brasil, na Índia e em alguns países da Europa. Ou seja, nós usamos esse tipo de expertise para exportar. Nós temos visto muitas coisas interessantes em IA com potencial de exportar globalmente”, afirmou.
Globalmente, o SoftBank começou a investir em IA em 2015, com a criação do fundo Vision no valor de US$ 2 bilhões. Nos últimos meses, a holding de investimentos de origem japonesa, fundada por Masayoshi Son, tem feito diversos anúncios em startups de IA.
No começo do mês, o fundo anunciou um aporte de US$ 40 bilhões na OpenAI.
Jornalista brasileiro especializado na cobertura de startups, inovação e tecnologia. Formado em jornalismo pela PUC-SP e com pós em Política e Relações Internacionais pela FESPSP, acumula agens por veículos como Exame, UOL, Meio & Mensagem e Propmark