Depois da Meta, Apple estuda a entrada no mercado de óculos inteligentes
Segundo fontes da Bloomberg News, a empresa tem feito pesquisas internas para avaliar o apelo de dispositivos como os que foram lançados recentemente pela Meta, dona do Facebook
Depois da Meta, Apple avalia a entrada no mercado de óculos inteligentes |Óculos Orion, da Meta, são mais baratos e mais leves do que o Vision Pro, da Apple, focado em realidade aumentada e virtual. (Foto: David Paul Morris/ Bloomberg)(Photographer: David Paul Morris//David Paul Morris)
Bloomberg — A Apple avalia a entrada no mercado de óculos inteligentes com um estudo interno sobre os produtos atualmente disponíveis no mercado, preparando o terreno para que a empresa siga a Meta Platforms (META) em uma categoria de eletrônicos cada vez mais popular.
A iniciativa, nomeada Atlas, envolve a coleta de dados de uma pesquisa aplicada a funcionários da Apple (AAPL) sobre os óculos inteligentes, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.
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A realização de estudos com grupos adicionais focados no segmento é planejada para um futuro próximo, disseram as fontes, que pediram anonimato devido ao caráter sigiloso do trabalho.
Os estudos são conduzidos pela equipe de qualidade de sistemas de produto da Apple, parte da divisão de engenharia de hardware.
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“Testar e desenvolver produtos que todos possam adorar é muito importante para o que fazemos na Apple”, escreveu o grupo em um e-mail para funcionários selecionados na sede da empresa em Cupertino, na Califórnia.
Quando a Apple considera entrar em uma nova categoria, muitas vezes organiza grupos específicos secretos para entender o que as pessoas gostam nos produtos no mercado.
A empresa normalmente conta com funcionários — em vez de clientes — para evitar que seus planos se tornem públicos.
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Um representante da Apple se recusou a comentar sobre o assunto.
O estudo mais recente sugere que a Apple tem avançado com seu próprio trabalho em óculos inteligentes. A pesquisa provavelmente orientará a Apple sobre quais recursos incluir em seus próprios óculos e ajudará a identificar maneiras de uso da tecnologia.
Criar um dispositivo de uso facial bem-sucedido tem sido um desafio. O Vision Pro, óculosda Apple que combina recursos de realidade aumentada e realidade virtual, lançado em fevereiro por US$ 3.499, é considerado muito volumoso e caro para se tornar um produto popular.
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Por anos, a Apple tentou criar uma versão mais leve do dispositivo com realidade aumentada — algo que pudesse ser usado o dia todo e potencialmente substituir o iPhone. O trabalho nesse projeto estagnou devido a inúmeros desafios técnicos.
Enquanto isso, a Meta obteve sucesso com uma fórmula mais simplificada. Os óculos de US$ 299 da empresa, criados em parceria com o Grupo Luxottica, não são verdadeiros óculos de realidade aumentada — eles não sobrepõem informações nas lentes, mas permitem que os usuários gravem vídeos, façam chamadas telefônicas e façam perguntas a um assistente de inteligência artificial (IA).
Agora a Apple está em busca de algo similar. Sua abordagem pode envolver a criação de óculos inteligentes que funcionem como seus fones de ouvido AirPods.
Uma versão em forma de óculos permitiria maior duração da bateria, sensores e tecnologia de áudio aprimorada.
Os concorrentes da Apple também avançam neste mercado. Nos últimos meses, a Meta e a Snap (SNAP) apresentaram prévias de óculos de realidade aumentada — modelos que podem combinar o mundo real com sobreposições digitais de jogos, mensagens de texto e aplicativos. No entanto, nenhum desses produtos estará disponível para consumidores por pelo menos alguns anos.
A Apple também planeja reformular o headset Vision Pro para ampliar seu apelo, trabalhando para criar uma versão mais barata.
O dispositivo é excepcional para assistir a vídeos e realizar tarefas de escritório, mas seu peso, alto preço e conteúdo limitado o tornaram um produto de nicho.